1,
2, 3... Contando!
Ah,
contos... Ultimamente tenho me apegado tanto a esse gênero! São histórias
curtas, porém fascinantes, em certos aspectos. E os de terror e suspense,
então... Meu Deus! Vida eterna a quem inventou esse tipo de conto, porque são,
apenas, os MELHORES caras da face da Terra!
Agora voltemos à normalidade das coisas. Alguém avise à
Rosana Rios e à Martha Argel que elas fizeram uma das melhores seleções de
contos de suspense que uma editora já publicou? Sério, mesmo tendo pouco
conhecimento e experiência nesse negócio de selecionar contos para publicação,
tenho certeza que alguém mais assíduo nesse assunto que eu teria a mesma
impressão: a de que duas pessoas fizeram um trabalho incrível para a sociedade
leitora!
Beleza... Então, sabem, não creio que seja uma tarefa
fácil pesquisar autores e obras, escrever notas com informações importantes
ocultas nos textos, trazer a tona autores até então desconhecidos por algumas
pessoas e, como fez Samuel Casal, ilustrar cada pequena, porém envolvente,
história de um jeito tão macabro/belo. E eles fizeram isso.
Contos de Suspense, livro publicado pela editora Farol Literário em julho
de 2014, traz cinco contos de “(con)gelar seu sangue”, escritos por autores bem
antigos, mas escolhidos a dedo para compor um único e instigante volume.
O primeiro conto, A
Caixa Oblonga, é de Edgar Allan Poe (1809 – 1849) — apenas o fodão dos
contos de suspense, né? —, e traz a história de um homem que entra em uma viagem
de paquete e encontra seu amigo, um artista e colecionador de arte, com suas
irmãs e sua esposa. Os questionamentos do homem se iniciam com um quarto a mais
registrado para o amigo e ganham mais intensidade quando sua curiosidade chega
ao conteúdo da tal caixa. Um conto bem estranho, levando em conta vários
aspectos dos quais não posso falar, porque seria spoiler.
A Fera na Caverna, de H. P. Lovecraft (1890 – 1937), já parece um pouco
mais sinistro. Fala de um cara que está em uma excursão pela maior caverna do
mundo, a Mammoth, em Kentucky, Estados Unidos, acaba se perdendo do grupo e encontrando,
meio que de longe, uma fera desconhecida. Acho que já vi algo parecido em algum
lugar, e não duvido nada que tenha tido um dedo de Lovercraft.
Lá vem, lá vem. O terceiro conto é de um autor não tão
famoso quanto esses dois primeiros, mas que achei tão marcante quanto eles: A Árvore Comedora de Gente, de Phil
Robinson (1842 – 1902), possui um título inevitavelmente sugestivo. E acho que
foi o conto com mais notas científicas do livro, tratando-se de botânica e
exploração com fins estudiosos. Um conto que realmente arrepiou.
O estadunidense Ambrose Bierce (1842 - ?) me trouxe, com O Homem e a Serpente, quarto conto do
livro, lembranças de um outro livro que li, O
Circo do Dr. Lao, de Charles G. Finey (1792 – 2875), onde um personagem
trava uma conversa filosófica e bizarra com uma serpente marinha. A única
diferença entre o conto de Bierce e o livro de Finney é que o personagem do
primeiro autor não fala com a serpente, mas há uma troca fatal de olhares.
O quinto e último conto foi um dos que mais me intrigou. O Tesouro na Floresta, de H. G. Wells
(1866 – 1946), conta a história de dois aventureiros que entram numa ilha com
um mapa para encontrar o tesouro de um chinês nada descuidado — sem ironia.
Bem, se vocês lerem, vão entender perfeitamente do que estou falando.
Não é só uma coletânea de contos que fazem você ficar com
todos os pelos do corpo arrepiados, é, também, uma coletânea de contos que
nunca, jamais, de maneira alguma, sairão da sua memória nem com uma sessão
forçada de amnésia crônica fornecida por laboratório. Ou seja, eu exagero mesmo
quando o negócio é bom.
Então, sugiro que leiam essa obra fantástica e deixem
seus queixos caírem diante das revelações de cada autor, de cada conto. E
vejam: não me responsabilizo por ataques cardíacos, caso sigam minha dica de
hoje.
por Alexandre de Almeida (perfil)
Tenho certeza que você também vai gostar do primeiro livro da coleção, Contos de Horror. Fica o link :) http://www.farolliterario.com.br/Produto/934/
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